[Cuidados Essenciais] Espaço não é documento
*Por Dr. Augusto Pegoraro
O bem estar e conforto do seu pet não estão diretamente ligados ao tamanho da sua casa ou apartamento. Nenhum pet é mais ou menos feliz por causa do tamanho da moradia do seu tutor. Esse é um fator que não pode ser observado de maneira isolada; além do espaço disponível, há muita coisa envolvida. É possível que o pet viva bem em um pequeno apartamento.
O que todo animal precisa é de um cantinho para chamar de seu! Para o aconchego e bem-estar dos cães, precisam de um lugar exclusivo, arejado, com água sempre fresca e higiene adequada. É importante que entendam onde é o lugar deles, independente da estrutura da casa. Os cães precisam ter a ciência de onde é o lugar para dormir, onde estão a sua água e comida, onde é o lugar de suas necessidades fisiológicas, para que exista a harmonia entre o cão e seu tutor. Apesar de enxergarmos nossos pets como membros da família, os cães nos enxergam como parte de sua matilha. Por isso, determinar os locais para o cachorro é uma forma de mostrar a hierarquia. Sem esse controle, o cão pode ter um comportamento impróprio, pois não respeita a liderança.
Os pets se adaptam fácil ao meio em que vivem e à rotina de seus tutores, porém há alguns cuidados que devemos tomar para a segurança, comodidade e saúde deles. De modo geral, a dificuldade que podemos encontrar não é necessariamente com o espaço da casa e sim com o nível de atividade que conseguimos oferecer ao pet. Todos os cães necessitam de exercício físico, uns com maior intensidade e frequência do que outros. Quando a casa tem bastante espaço e conta com um quintal, normalmente o cachorro faz sua atividade física durante o dia, correndo, pulando e brincando no espaço disponível. No caso de casas menores, sem quintal ou área externa livre, é necessário destinar um esforço maior para que o cachorro supra sua necessidade de atividade, levando ele para passear mais vezes, estimulando brincadeiras e caminhadas. Um cachorro grande exige um espaço maior, para que ele não se machuque ou derrube as coisas ao seu redor.
Por esses motivos, quando vamos realizar uma mudança ou alguma reforma na casa em que vivemos, precisamos pensar em alguns detalhes para garantirmos a segurança e conforto de nossos pets. Quando já temos o cachorro no momento de mudança, fica mais fácil para adaptar o ambiente as necessidades dele, pois o tutor já conhece o seu comportamento e suas necessidades, de forma que é possível prever as melhores condições para ele.
Para quem gosta de plantas e costuma cultivá-las, é importante saber que existem mais de 500 plantas que podem ser potencialmente toxicas para o seu pet, se ingeridas. Por isso, cuidado com filhotes e cães que têm o costume de brincar no jardim, ou que são muito curiosos. O ideal é evitar que o cão fique na área com as plantas sem monitoramento.
É importante estar sempre atento à escolha dos produtos de limpeza que irá utilizar em sua casa, nas áreas de acesso de seu pet, evitando produtos tóxicos a eles, como, por exemplo, creolina, soda caustica, polidores de pisos e móveis, removedor e cera liquida, que são perigosos no contato com a pele e com a ingestão. Como os cães são curiosos, procure estocar seus produtos de limpeza longe do alcance deles, para evitar acidentes. Em alguns casos, o pet pode ter uma alergia específica de algum produto de limpeza. Nesse caso, o mais adequado é procurar o seu veterinário de confiança para descobrir o que poderá substituir o produto para a limpeza da sua casa, além de receber a orientação adequada para o tratamento do seu bichinho de estimação.
*Colaboração especial para o Amo Cachorros: Dr. Augusto Pegoraro é médico veterinário e gestor comercial da BioDog, uma empresa de petiscos caninos naturais e saudáveis.